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Edição | 08 de Janeiro de 2021

Editorial
Passado um ano, a Organização Mundial de Saúde envia uma equipa de investigadores à cidade chinesa onde, segundo se divulga, iniciou a pandemia. Até agora, não são conhecidos os objectivos precisos desta visita nem com que poderes podem contar estes enviados.
Enquanto, por um lado, são colocados ao nosso alcance tantos meios e instrumentos de conhecimento, a velocidade alucinante com que nos movemos, ocorre-nos dizer que nos parece um pouco enretard esta visita, aliás já há muito que neste sentido tem havido vários comentários.
O poder da China é incalculável, em termos de população, economia, política, visão estratégica de projecção futura, estrutura de comando, orientação intelectual e ética. Por outro lado, esta Europa que habitamos teima em estagnar, entretida em contendas e quezílias, pequenos conflitos que esmagam os sonhadores da mesma Europa, a esbarrar sucessivamente nas divisões internas e sem projecto comum.
Do outro lado, a América entre duas frentes que se opõem com violência e relativizam a vontade dos que sonham com uma liberdade possível. A África entregue aos grupos tribais e aos poderes exteriores, com fome, doença, seca, onde a floresta pilhada ou as outras riquezas naturais já não bastam para resolver e orientar o caminho de tão numeroso povo. Perscrutam-se os céus à procura de saídas deste mundo, talvez para encontrarem sossego os que aqui já têm quase tudo... Que estamos a fazer? Para onde corremos? Que faz o homem do outro homem? Que mundo e que mãos? E nós por cá?
As novas gerações reclamam e com elas alguns sentem os perigos, mas só muito poucos conseguem manter acesa a chama da esperança. Que este ano, promissor em tantos bens, não fique com os assuntos arrumados na gaveta, mas desperte a todos para um recomeço dos sonhos e suas realizações. A construção não nasce, faz-se, dia após dia! Feliz Ano Novo!

Rui Marto

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