Editorial
Jacques Delors, francês, dos grandes estadistas do nosso tempo, nascido em 1925, desempenhou funções de liderança na Europa e contribui decisivamente para o aperfeiçoamento do desenvolvimento social e humano, na Europa e no mundo. No início de novo ano lectivo, creches, escolas, universidades, catequese, vida associativa, vida empresarial..., é um colocar sobre a mesa calendários, etapas, intervenções, metas, voluntários, meios para realização... e repensar como e porquê. Numa de tantas frases chave, Delors dizia: “a educação é aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser, aprender a viver em conjunto”. Aprendemos até morrer. Para alguns, a arte de aprender tornou-se um fardo demasiado pesado, a ultrapassar os limites da paciência e da submissão; para outros é caminho de liberdade; para outros ainda, a arte de aprender é exercício de tentativas na constituição do corpo social, como o tijolo ou a pedra na construção de monumento. Aprender a ser é desafio lançado a todos em toda a vida, onde a família e os mais próximos desempenham papel decisivo; aprender a fazer é alargar horizontes da experiência, da criatividade, da inspiração na busca de soluções aos problemas reais ou imaginários; aprender a viver em conjunto abarca a vida, a comunidade social, com o sentido da pertença a um corpo, interagindo nas funções próprias do corpo destinadas ao todo. Tudo está acabado e nada está completo. A consciência colectiva do por ser, do por fazer, do por viver, alimentará em cada dia o acolhimento, o acompanhamento e o êxito das chegadas, para novas partidas de todos. Bom ano aos aprendizes!
Rui Marto
