Editorial
De novo “Fátima” nos níveis elevados da comunicação mundial. 13 de Maio de 1917 marcou o início de uma nova rota de existência, para os fatimenses e para o mundo inteiro. A acção divina conjugada com a boa vontade de três crianças lançou-nos para o futuro em que o mundo se torna, todo ele, tão próximo, tão intenso, tão doloroso, mas tão repleto de esperança. A par, se não entrelaçados, análise espiritual, desenvolvimento urbanístico, saída do empobrecimento fatalista, melhoria das condições de vida, presença estruturante de instituições, Fátima assume-se como “lugar alto”, elevado, referência em toda a ordem, política, económica, social, quer recebendo, quer sendo motivo e motor integrativo no Portugal que somos e formamos e no mundo. Sem dúvida, número incontável de peregrinos e turistas, os passantes, têm exigido grande inovação e transformação da nossa terra na comunicação, nos serviços tão variados, nas mentalidades, nas adaptações necessárias. Por outro lado, os que cá viveram ou vivem temos realizado esforços algumas vezes grandiosos, com o sonho, ou os sonhos a comandarem os projectos. Fátima é lugar de convergência excepcional, fora do comum, que aspira, em cada dia, a novas abrangências, na habitação, no trabalho, na saúde, na cultura, nos cuidados sociais, na sua estrutura organizativa... Fátima cresceu e aspira a sair como que da sua adolescência para se constituir jovem-adulta e adulta-jovem. São as pessoas que cá residem, que cá trabalham, que visitam... as pessoas sempre a encetar etapas novas, caminhos novos... aspirando e sugerindo novidade. Fátima já não se pertence, é do mundo! Precisa constituir-se como tal, se assim não for poderá correr o risco de implosão virtual, atrofiamento, banida para o esquecimento como tantos outros lugares na história e no espaço do mundo. “13 de Maio” e/com “13 de Outubro” preenche já o calendário quase completo da Fátima. A uma procura incessante e tão diversificada é preciso responder com seriedade, adultez e muitos sonhos para concretizar em cada dia. Viver bem em Fátima é uma batalha e uma conquista da qual não podemos demitir-nos! Uma boa peregrinação!
Rui Marto