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Edição | 17 de novembro de 2023

Editorial

 

Quase em cada dia chegam-nos notícias de feitos quase, ou mesmo, heróicos: nas ciências, na arte, no desporto e também na vida de todos os dias. Não conseguimos perceber como, até nós próprios, realizámos isto ou aquilo, impensável, quase fora do nosso alcance... mas aconteceu, foi feito. O contrário também nos parece impossível: como fiz isto, isto não sou eu, não me revejo no que acabo de dizer ou fazer...  Compreendermo-nos a nós mesmos e percebermos o andar do mundo, dos que governam e dos que são governados... um exercício de todos os dias e a tocar, por vezes, o heróico.  O filósofo indiano Nagarjuna, do século II, num dos seus bonitos pensamentos exprimia-se assim: “Não existe nenhuma falta comparável à cólera, e não existe coragem comparável à paciência.” Ora aí está quem soube entender o “rodar” do mundo, dos nossos mundos, e das suas circunstâncias, e entrar no comboio do tempo, já que a cólera, como a paciência são desafios de todos os dias, para o bem e para o mal. É frequente ouvir “já não tenho pachorra para tal”, isto é, “já não tenho paciência para tal”. Parece sim, que são desafios supra-humanos o de evitar a cólera e o da frequência da paciência a toda a prova, particularmente quando as situações nos dizem respeito, mais ou menos proximamente. Saber ver mais longe, orientar a vida despegando-se das misérias de cada dia, perceber que o túnel da vida não é para nos encerrar, mas para nos privar dos apegos e nos abrir ao futuro, às novidades, a uma vida mais saudável e melhor, uma esperança que nos atrai. Nos tempos conturbados de azedumes, cólera, mortes físicas ou de dignidade, acarinhemos o que surge impossível. Um herói acalenta a paciência, a perseverança, escapa a todo o azedume e cólera. Herói és tu e eu!

 Rui Marto

Reativa
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