Editorial
JMJ é uma sigla já bem conhecia de muitos de nós, dada a sua importância como sinalizador de grande evento: JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE. Num breve esclarecimento, trata-se de JORNADA e não de Jornadas. Bem entendido, se nos referirmos aos vários acontecimentos já ocorridos anteriormente, então sim, podemos falar de Jornadas. Em Lisboa, este ano de 2023, na semana de 1 a 6 de agosto, uma massa enorme de juventude, chegada dos quatros cantos do mundo, às centenas de milhar, vem encontrar-se para cantar, sorrir, saltar de alegria, encontrar novos rumos para as suas vidas ou apoio mais seguro, para tentar compreender melhor qual o comprimento e a largura do mundo de hoje e nele habitar, feliz. A iniciativa deve-se ao grande Papa João Paulo II, continuada pelos seus sucessores que lhe têm dado impulsos novos, já que os tempos vão mudando. O Papa Francisco convida todos os jovens do mundo a virem até Lisboa. O número dos inscritos vai crescendo de dia para dia, a logística de acolhimento, apoio, segurança, encontros… é colossal e tem merecido muito trabalho por parte das autoridades, autarquias de quase o país inteiro. Em Fátima passarão muitos, para visitar, para afinar objetivos, conhecer nossa cultura, nossas gentes, verificar o estado das nossas estruturas comunitárias na qualidade de acolhimento e de serviço permanente, saborear a gentileza e simpatia das famílias, os nossos serviços de saúde, de segurança, rodoviários, como nos organizamos, que meios temos ao nosso dispor nas associações… enfim, tudo será passado a pente fino. Que jovens somos para acolher tantos jovens? Quem são os jovens que estão a mobilizar-se para acolher os outros jovens? Quem, também quer dizer “como”! A sociedade religiosa já se preparou? A sociedade civil como se prepara? Sem falar do necessário: segurança, saúde, alimentação e higiene. Estamos a aproveitar este grande acontecimento, e certamente único por dezenas de anos, da presença de tantos jovens? Tenho as minhas dúvidas. Receio que, de tal modo embrenhados, como às vezes parece, na cusquice, nas intrigas caseiras, nas invejas, nos interesses mesquinhos, que tudo se passa como se nada se tivesse passado. Certamente que a presença juvenil, viçosa, florida, alegre, sorridente, sem fronteiras, nos dará o empurrão tão necessário a este comboio que tem pressa mais vai lento, ou a este barco ancorado e a que ninguém se atreve a soltar as amarras. Sois bem-vindos a Fátima, jovens do mundo inteiro! Esta também é a vossa casa!