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Edição | 3 de Março de 2023

Rui Marto, diretor

Orifoneiro português é uma grande colecção de ditados populares, muitos deles servindo‑se dos fenómenos atmosféricos, do calendário lunar ou mesmo dos hábitos das pessoas para nos ajudar a prestar atenção, auspiciar o futuro ou os cuidados em geral.

O mês de Fevereiro tem também os seus ditados, que poderão aplicar‑se à vida prática, aos compromissos, ao conhecimento humano. Em relação a este mês, que há poucos dias terminou, é dito: “Fevereiro quente traz o diabo no ventre”. E o que acabamos de viver foi mais ou menos isso, em termos de clima. Uns dias de calor fora do habitual, seguidos de vento frio, gélido mesmo, as geadas matinais.

Atribui‑se este ventre carregado de diabo às mudanças climáticas, ao ar poluído, ao aquecimento dos glaciares... e a culpa recai sobre os humanos. Está a ser difícil conjugar os interesses dos grandes, poucos, com a vida saudável dos pequenos, muitos.

Nunca são demais os esforços em inventar um estilo novo de vida que preserve a natureza e nela todas as fontes de saúde, mas supõe a boa vontade em exercício, a consciência de que esta aldeia que habitamos precisa de novo fôlego, novos ares.

E isto que se passa no mundo natural não poderá ocorrer nas relações entre os humanos, quero dizer, Fevereiro quente, estilo de grandezas, de domínios, falácia, acarretar males na convivência, isolamentos, fraturas familiares e de amigos.

Fevereiro pode muito bem servir de exemplo. Poderemos atrasar as mudanças climáticas como podemos preencher espaços com sadia convivência no respeito pelas diferenças, solidariedade em ação. Podemos, certamente!

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