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Edição | 08 de Maio de 2020

EDITORIAL

Rui Marto

Director

 

Somos teimosos, não porque cedemos aos nossos feitios ou para fazermos a nossa vontade, sem estarmos abertos e disponíveis à luz que pode chegar de outros quadrantes que não os nossos.

 

Gostaríamos de pôr em destaque, hoje, esta simples palavra, “teimosia”, ou “sábia teimosia” daqueles e daquelas que há dois meses têm enfrentado dificuldades de quase toda a ordem: na saúde, nos negócios, na vida social e até são confrontados com a própria morte de familiares ou amigos. Sem baixar os braços, embora não sabendo bem como vai ser nem quando vai acontecer um futuro para realizar, de sossego, algum conforto, serenidade... Um respirar de alívio que esteja para breve. Neste sentido, ser teimoso tem sido sinónimo de ser corajoso, confiante, com fé.

 

Nas enormes dificuldades que atravessamos, tentamos inventar novos modos para viver hoje, fortalecer os que se sentem debilitados, dar novo fôlego à vida familiar, social e económica da nossa terra. As lojas fecharam, o santuário vazio de peregrinos, as ruas desertas, as estradas sem movimento de carros nem pessoas, os serões em casa em família, mas a construção, a saúde, a segurança e outras áreas da economia e da sociedade não páram.

 

Honra aos que têm enfrentado o medo e saído para os trabalhos, aos que não desarmaram, mantendo embora a necessária diligência no cumprimento de regras sanitárias para preservar a saúde, dos próprios e dos outros. Honra aos que em várias linhas da frente têm metido medo ao medo, afugentando fantasmas e desbravando caminhos de confiança e de esperança. Parámos, mas não parámos!

 

O Notícias de Fátima pode contar‑se entre aqueles que disseram não ao pavor do vírus de pandemia, estudaram‑se estratégias, usaram‑se meios menos habituais, temos estado na rua ficando em casa, temos cruzado informações e partilhas de vida sempre ao leme, e temos conseguido chegar aos leitores habituais e a outros novos com palavras de optimismo e de esperança, numa sadia teimosia, com muitos outros da nossa terra. Renovados por um sentido novo de vida em comum, por servir de elo de ligação entre os membros da sociedade que formamos, seguimos em frente, mais unidos, mais fortalecidos, para os tempos novos que se avizinham.

 

Para muitos de nós, a presença de Nossa Senhora na nossa terra é motivo de renovado compromisso de esperança, a passar ao mundo inteiro que nos vê, que espera de nós ainda melhor acolhimento e vida fraterna, em atenção redobrada aos mais débeis e pobres.

Reativa
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