Editorial
Entre o nosso povo corria a resposta a perguntadores curiosos “onde vais? – vou às festas ao Carpeto!”, querendo significar que não se ia a lado nenhum ou simplesmente uma resposta a línguas de perguntador! Ninguém precisava de saber da vida alheia. Ou não havia interesse em revelar o destino a seguir. A propósito, alguém conhece o lugar do “Carapeto”? Na actual descida da Pedreira para as Moitas, logo em baixo, na segunda curva, era aí que se situava a pequena aldeia do Carapeto, estão ainda hoje a testemunhar a presença de algumas habitações os montes de pedra que ali se encontram. Os investigadores da história encontram esse nome nas listas de povoações antigas da Freguesia de Fátima. Existia inclusivamente um caminho que ligava a Pedreira, e os lugares da freguesia mais a poente, à Gaiola, e passava pelo Carapeto, um carreio talvez, ou caminho mais largo, isso não sei. Outros lugares da Fátima, cujas toponímias estão quase esquecidas ou desconhecidas, e onde pessoas e bens permaneceram, frequentaram ou visitaram. Um dos nossos estimados leitores já nos fez chegar notícia sobre alguns pontos de interesse e que conviria cuidar, recordar, para os nossos vindouros; contêm parte da história e da cultura de um povo, do nosso povo da Fátima, que nos é tão caro. Para já, não vá às “festas do Carpeto”, mas pode continuar a usar a expressão, se achar conveniente preservar a sua vida de notícia alheia ou pública, mas faça-se presente nas festas que, durante o Verão, e já começaram, a comunidade fatimense organiza e são excelente motivo de convívio social; até para retomar amizades, descobrir projectos, encontrar-se com muitos que, durante o ano estão longe fisicamente e agora vêm de propósito para as festas da terra. Um copo, uma sardinhada, uma música, podem ser mais um motivo para a animação, para retomar alento. O nosso bem-haja a todos os organizadores das festas populares! Precisam de menos burocracias e obstáculos para a concretização destes momentos de todos e para todos!
Edição de 07 de Junho de 2024
