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Catarina Gaspar, uma jovem cientista de Fátima

18-01-2022
É ainda muito jovem, mas já fez história: Catarina Gaspar faz parte da equipa de cientistas que descobriu um “mecanismo importante” para a produção da Rodopsina. Esta proteína, explica a jovem, de 31 anos, natural de Fátima, tem “uma estrutura tridimensional bastante complexa. Defeitos na produção desta proteína causam uma doença chamada retinite pigmentosa, que provoca a degeneração da retina e consequente perda de visão.

Assim sendo, ao percebermos melhor como esta proteína é produzida, geramos conhecimento que depois pode ser aproveitado para descobrir melhores tratamentos para a retinite pigmentosa”. Segundo a jovem cientista, chegar até aqui foi um processo árduo. “A ciência faz‑se pouco a pouco”, realça, acrescentando que “esta publicação resultou de trabalho desenvolvido ao longo de quatro anos, com uma equipa multidisciplinar que integra vários cientistas”.

 

Num próximo estudo, adianta ainda, “pretendemos detalhar ainda mais o mecanismo que descobrimos. Ou seja, compreender melhor e em detalhe, de que forma é que este mecanismo contribui para a produção desta proteína. Assim, a nossa descoberta ainda terá mais relevância na procura de novos fármacos que melhorem a produção desta proteína. A doença só ocorre quando a proteína é produzida de forma defeituosa”.

 

Catarina Gaspar não esconde o orgulho no trabalho que faz como cientista. Aliás, vai mais longe ao referir que se sente uma “privilegiada por ter feito o doutoramento com esta equipa e nestes institutos”. Mas refere que não vai continuar a integrar esta equipa de investigação.

 

“Esta investigação decorreu durante os meus estudos de doutoramento. Irei defender a tese no início do ano e depois irei trabalhar com uma nova equipa de investigação”.

 

Catarina Gaspar é farmacêutica de formação. Por outras palavras, após ter terminado o ensino secundário, tirou o mestrado em Ciências Farmacêuticas. Depois decidiu que queria fazer investigação científica e começou a ganhar experiência na área até que conseguiu uma bolsa de doutoramento. “A investigação que faço é na área da Bioquímica / Biologia Celular. E faço o que se chama de ciência básica, ou seja, tentamos descobrir mais sobre a forma como o organismo funciona. Este conhecimento que geramos depois é utilizado pela investigação aplicada, para a descoberta de novos fármacos”, explica a jovem, que descobriu o gosto pela investigação científica na faculdade quando se apercebeu “verdadeiramente” que era uma área que podia seguir, até porque “sempre” gostou de estudar e da área científica.

 

Catarina Gaspar confessa que gostava de ter experiência no estrangeiro. “A ciência é universal”, salienta a jovem, que admite haver “mais oportunidades lá fora. Mas também existem instituições científicas muito boas em Portugal”. Em Portugal ou no estrangeiro, Catarina Gaspar quer continuar a fazer investigação científica. “É o que gosto de fazer”, sublinha a jovem fatimense, que sente orgulho nas suas raízes. Aliás, segundo refere, visita Fátima com frequência e será sempre a sua casa.

 

Artigo publicado na edição de 07 de Janeiro de 2022

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