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“Vamos fazer do Fátima um projecto de sucesso desportivo e financeiro”

04-10-2019
Dois meses após a aquisição da SAD do CD Fátima, impunha-se uma entrevista com Noel Gomes, o novo presidente da SAD e um dos sócios do Lleon Group, que detém 70 por cento do capital social da sociedade desportiva. Na conversa também participou Tomé Vaz, o administrador executivo para a área do futebol. Ficámos a conhecer os projectos que têm para o clube. Ambição e um forte suporte financeiro, associados a uma estrutura sólida parecem ser os ingredientes para que esta seja uma história de sucesso.

Notícias de Fátima (NF) – O Lleon Group é tudo menos futebol, a que se deve esta opção de adquirir um clube?

Noel Gomes (NG) – O Lleon Group tem dado passos neste sentido. Temos estado a trabalhar na internacionalização dos três grandes de Portugal e do Bordéus, levando-os para a China por exemplo. No ano passado entrámos no capital social de uma agência, a DH Sports, que nos levou para a área do futebol. A evolução natural foi pensar em adquirir um clube. Andámos um pouco pelo país a colher informações e surgiu o Fátima.

NF – Para quem trabalha com os três grandes, qual o interesse estratégico na aquisição de um clube pertencente ao Campeonato de Portugal?

NG – A marca Fátima extravasa a parte do futebol, permite-nos fazer uma mistura entre o futebol e outras áreas de negócio. A nossa visão é sempre global e o Grupo, em toda a sua plenitude, está sempre presente em qualquer projecto que assume. As infra-estruturas e a capacidade de crescimento, caso seja necessário, também foram um aspecto que despertou logo a nossa atenção. Basicamente, o Fátima permite-nos crescer na mesma medida em que fazemos crescer o clube.

NF – Que projectos têm previstos para o CD Fátima SAD?

NG - O Grupo Lleon, por norma, torna os projectos em que entra em projectos referência. Queremos que o Fátima seja uma referência desportiva e organizacional. Para isso, estamos a estruturar o clube e queremos chegar à 2.ª liga a breve prazo.

NF - Existem patamares de crescimento definidos?

NG - O antigo accionista maioritário, o Sr. Kaaki, tinha um projecto de em 5 anos colocar o Fátima na 1.ª Liga, queremos manter esse objectivo, mas temos de estruturar o clube e ser realistas. Este ano é para pensar o clube e a partir daí partir para altos voos. Digamos que este é um ano zero, mas um ano zero ambicioso.

NF - Como estava o CD Fátima SAD no início de Agosto?

NG - O Fátima tinha poucos dias para formar um plantel e inscrevê-lo. Não havia equipa. Esta é a verdade. Essa foi a nossa prioridade durante este primeiro mês. Agora começamos a olhar para as outras áreas, estamos a dotar este projecto como se fosse uma multinacional, incutindo um modelo de gestão típico do nosso Grupo.

NF - Qual é o orçamento para esta época?

NG - O orçamento da SAD para esta época é de 500 mil euros, incluindo a equipa júnior.

NF - É um investimento significativo para este patamar competitivo…

NG - Estamos a falar de um projecto que para ser ambicioso tem de ter recursos e uma estrutura de suporte a esta ambição. Quando a estrutura é fraca o projecto fica em risco, mesmo que dentro do relvado as coisas até estejam a correr bem. Os recursos de valor têm de ser pagos e assim chegamos a este valor.

NF - Os projectos das SAD em Portugal, nas divisões inferiores, não têm tido muito sucesso ou continuidade. Em que é que esta SAD será diferente?

NG – Nós analisámos clubes com SAD e sem SAD e não sendo esta a actividade principal do grupo no último ano aprendemos muito. Um dos grandes desafios deste projecto é fazer aquilo que está na origem da criação das SAD. As SAD vieram para incutir um modelo de gestão profissional, vai além de ser apenas um projecto desportivo. Temos de ser um projecto de referência. Creio que a maioria dos projectos tem falhado devido à falta de estruturação. Na teoria estão bem, mas poupam naquilo que lhes garante o futuro.

Tomé Vaz (TV) – Para além de tudo o que o presidente referiu, o Grupo Leon olha de forma ampliada para cada projecto. É uma mais-valia. O Grupo Lleon tem intrínseco isso mesmo. Não olhamos só para o negócio do futebol.

NG – Nós, com a máquina que já temos montada, rapidamente o projecto Fátima chega à China, aos Emiratos, à América do Sul. Pode ser um polo atractivo de e para o futebol. Vamos criar sinergias.

NF - Não sendo o futebol a actividade principal do Lleon Group, há um investimento financeiro e de tempo assinaláveis…

NG – Sim, é um investimento avultado, mas também com uma perspectiva de retorno avultada. O Grupo Lleon não entra para perder nos seus negócios. Temos os pés assentes no chão. Somos um pólo de atracção de algumas marcas, de parceiros, que estão entusiasmados tal como nós. Já há marcas nacionais e internacionais que vão estar connosco.

NF – Mais difícil de conseguir parece ser o regresso dos adeptos ao estádio em número superior.

NG - Notámos desde logo que não havia um envolvimento da população. O futebol é das coisas que mais move paixões e aqui não será excepção, temos é de tornar isto atractivo. Temos de fazer a nossa parte, depois as pessoas vão voltar. Estamos a reformular a forma de comunicar e a chamar as pessoas ao estádio. Isto leva o seu tempo, as pessoas terão de se rever no projecto. A situação está identificada. O adepto é muito importante para a motivação de todos.

NF - Acaba por ser um grande desafio, já que os adeptos do CD Fátima encontram –se saturados de tudo o que se tem passado nos últimos anos…

NG – É preciso estabilidade e estabelecer uma relação de confiança, o resto virá por acréscimo.

Legenda: Noel Gomes e Tomé Vaz