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Jorge Perfeito

9 de outubro, 2020

Olhar de Frente – Ver Diferente (Estamos a cair no ridículo, Pá!)

O caro leitor vai-me desculpar o excesso de confiança, de o tratar por “Pá”, mas desta vez o meu comentário segue em jeito de desabafo. Por isso, desculpe-me qualquer coisinha:

1.A escassos 25 dias das eleições nos EUA, e após a desastrosa prestação de Donald Trump no que já se diz que foi o pior debate na história das presidenciais norte-americanas, eis que a personagem aparece e desaparece infectada pelo Covid19. Perante o mirabolante cenário, torna-se cada vez mais difícil ignorarmos todo o tipo de teorias da conspiração, na ânsia de se arranjar uma explicação que nos pareça minimamente credível e plausível. Ao mesmo tempo, coisa nunca vista, toda a comunicação é altamente tendenciosa e manipuladora, em desfavor de Trump. Digo-o com absoluto desassombro, porque nem gosto do homem e considero-o um perigo. Mas é um facto. Aliás, tornou-se impossível acompanhar as notícias, pois as contradições são constantes. Não obstante todos os fact chekings, polígrafos e o diabo a sete, a falta de isenção e rigor é calamitosa e está pelas ruas da amargura.


2.Como isto anda tudo ligado e ninguém está a salvo, por cá também tivemos o nosso caso. Um conselheiro de Estado foi infectado pelo vírus. A comunicação social bombardeou-nos insistentemente com a notícia, exagerando e a puxar ao melodrama. De repente pareceu que todos os governantes tinham ficado infectados, mais a presidente da Comissão Europeia. O Conselho de Estado foi no dia 29 de Setembro. Todos os presentes nessa reunião estavam de máscara e no estrito cumprimento das normas de distanciamento social. No dia seguinte – 30 de Setembro, a mesma pessoa surgiu em directo no programa de comentário de actualidade política “Círculatura do Quadrado” da TVI24. Aí já ninguém usava máscara, nem o distanciamento parecia tão rigoroso. Passaram escassos cinco dias. Toda a gente foi testada e tornada a testar com a urgência recomendada. E pelos vistos a aplicação STAYAWAY COVID, não parece assim tão eficaz.


3.São coincidências e contradições demais. Há meia dúzia de meses, andávamos todos em pânico, e a dizermos que estávamos com imensas saudades de voltarmos ao normal e de tornarmos a abraçar e a beijar toda a gente. E que cenários nos mostravam!... Montaram-se de emergência centenas de hospitais de campanha, com milhares de camas, para nada, ou quase nada. Edifícios públicos foram resgatados e transformados em morgues, para nada. Catedrais e igrejas, pejadas com dezenas de caixões no seu interior, muito alinhados e envernizados, para nada. Cemitérios com centenas de covas alinhadas e filmadas por drones, de cima, em plongée. Nunca se mostraram cadáveres. Proibiram-se ajuntamentos, festas, casamentos, baptizados e funerais, para nada. Verifiquem-se os números da pandemia, da taxa de infectados, dos recuperados, da mortalidade, e respectivas faixas etárias. Raciocinem, não é preciso dizer mais.
Agora, muito timidamente, começam a admitir e assumir que se enganaram, que não houve coordenação, que falharam. Mas como admitir o erro, sem mais nem menos, não é politicamente correcto, continuam a recomendar-se todos os cuidados, enquanto desconfinamos gradativamente, aos pouquinhos, nos encontros, assembleias, espectáculos, eventos desportivos, peregrinações, etc..


4.Marcelo passou por cá, a pretexto de falar sobre a crise do turismo que afecta os hoteleiros de Fátima. Mas na verdade, não foi bem isso. Todos sabemos que o PR é um devotado fatimista, nas suas próprias palavras, e que vem cá com relativa assiduidade. Teve o especial cuidado de referir que não vinha exclusivamente a Fátima, mas ao concelho de Ourém. Como o PR não tem atribuições nem funções executivas, nem risca nada no que toca aos dossiers dos empréstimos e fundos que hão de vir de Bruxelas, então o que veio realmente fazer cá, foi medir o pulso ao eleitorado do concelho, na senda da reeleição para mais um mandato. O PSD e a CMO, por sua vez, criaram uma manobra eleitoralista que aproveitaram da melhor forma para realizarem um evento de pré-campanha para as autárquicas do próximo ano, que é só isso o que têm andado a fazer.

Boa quinzena, fique bem, e por favor cuide-se.

 

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