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Jorge Perfeito

24 de setembro, 2020

Olhar de Frente – Ver Diferente (Exageros e conflitos pandémicos)

1.Com a chegada do Outono o país entrou na segunda vaga de combate ao surto pandémico do Covid 19, em articulação com os outros países europeus. Desta vez, porém, já não haverá paralisação nem contingência há semelhança da que nos foi imposta na altura, sob pretexto de o país não poder parar. Dizem-nos que estamos melhor preparados, designadamente no que toca à capacidade de resposta do SNS. Não deixa de ser uma boa notícia, apesar de ainda não haver vacina, nem se saber como, nem quando é que isto acaba. Mas convenhamos que era escusado terem-nos provocado tanto pânico. Nunca se assistiu a tamanha manipulação das notícias e das imagens que diariamente nos chegavam. Também nunca se assistiu a um jornalismo tão tendencioso e a jornalistas tão mal preparados, a par do débito de opiniões por parte de políticos, directores-gerais, comentadores e fazedores de opinião, que pouco nos esclarecem e sucessivamente se contradizem. Exagerou-se demasiado e começa a ser difícil conter a indignação generalizada, sucedendo ao medo e pânico induzidos. Nesta desinformação manipulada, mostraram repetidamente até à exaustão imagens de avenidas, ruas e praças das grandes metrópoles, sem vivalma e completamente desertas, até ao beco do mais confinado bairro. Os aviões deixaram de cruzar o azul dos céus; antílopes, rebanhos de cabras e ovelhas invadiram e ocuparam as artérias e malhas urbanas. Até cangurus e ursos pardos se viram a passear por ali. Chegou-se mesmo o exagero de mostrarem imagens manipuladas de tigres da Sibéria à solta nas ruas de Moscovo, como forma de dissuadirem as pessoas não saírem de casa. Como diria o outro “não havia nechexidade”. Foi manifestamente um exagero.
Agora achamos que já basta, o recado está dado, entendemos o que nos quiseram dizer e vinham alertando há muito e não ligávamos. Só depende de nós, dizem-nos. Estamos a assistir a uma espécie de revolução de novo tipo, ao nível ambiental, sanitário, económico e financeiro, etc.. Coisa para demorar os seus 10, 15, 20 anos a ser implementada, a par da alteração dos nossos hábitos e mentalidades, que nos estavam a condenar à extinção, no dizer dos cientistas, especialistas e demais entendidos. Esperemos que valha mesmo a pena, em especial para a juventude e os vindouros.
2.Sem sairmos do contexto, mas de volta ao nosso quotidiano, no que se refere à livre circulação das pessoas, realização de eventos e ajuntamentos, como a festa do Avante! e as peregrinações à nossa terra, acabámos por assistir à mais básica e primária das contendas entre laicidade e religião, comunismo e catolicismo, etc. Pareceu que se estava a falar de futebol, ou coisa parecida. Também aqui, a manipulação e desinformação foram totais. As imagens que apareceram na imprensa tablóide, eram antigas e não reportavam a verdade dos factos. Tão pouco os números avançados. Sabe-se perfeitamente quantas pessoas cabem no recinto do Santuário, desde o final das escadarias ao cimo da esplanada, com exclusão dos corredores e perímetros de segurança. Esses números existem, e o Santuário pode revelá-los e esclarecer devidamente se for caso disso. Falarem das cerca de 100.00 ou 50.000 pessoas no recinto de oração nos dias 12 e 13 de Setembro num dia de grande peregrinação, foi de novo um exagero. Não estiveram no recinto do Santuário esse número de pessoas. Já falarem de um número ao nível das cinquenta mil pessoas para a peregrinação do 13 de Outubro, parece-me bastante razoável e enquadrável dentro das normas mínimas exigíveis, respeitando o distanciamento social recomendado. Já quanto à logística necessária e à forma de controlo, isso é outro assunto.
É certo que se viu demasiado ajuntamento, nada recomendável, nas zonas laterais de sombra, especialmente àquela hora – entre as 10h30 e as 12h, precisamente porque se tratou de um dia estival de imenso calor, com temperaturas elevadas. Tudo o mais que se falou foram meras atoardas a respeito de um assunto que não conhecem. Como não foi possível apresentaram-se números, funcionou a intuição e improvisou-se. Na minha modesta opinião, conhecendo o Santuário a que estou habituado a ver todos os dias e desde sempre, arrisco que terão ali estado ente 25 a 30 mil pessoas, no máximo dos máximos. Mas enfim, é a minha opinião. Vale o que vale. Mas como também tenho direito a ela, então aqui fica.

Boa quinzena para todos.

 

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