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Jorge Perfeito

20 de janeiro, 2023

Olhar de Frente — Ver Diferente (Maiorias Absolutas e Maiorias Absolutistas)

As diferenças são tão ténues que quase se confundem. E dado ambas resultarem do sufrágio universal e directo, nada melhor que um exemplo prático, para explicar as diferenças.

As maiorias absolutas são sujeitas a um rigoroso controle e escrutínio por parte de todos e dos outros órgãos de soberania, AR, PR, tribunais, media, opinião pública, sem os quais não saberíamos, por exemplo, de inconstitucionalidades, ilegalidades, ou outro tipo de trapalhadas, como as que se estão a passar com este governo.

As maiorias absolutistas, por sua vez, escapam completamente a qualquer tipo de escrutínio e ninguém as controla, ou muito dificilmente. Fazem o que muito bem entendem, a seu belprazer e não dão satisfações a ninguém. É o que se passa com a edilidade que nos calhou em destino.

Desde o início dos anos oitenta do século passado, pelo menos, que a CMO é controlada e gerida pelo nepotismo dinástico do PSD, que nem sequer se interrompeu no período em que o PS esteve à frente da CMO, uma vez que os terratenentes do Paulo Fonseca, eram, na sua maioria, “independentes descontentes” do PSD, fruto do clima de guerrilha institucional e interna entre as duas famílias desse partido. Esses “independentes descontentes” depressa se tornaram em uma espécie de infiltrados, que levariam ao seu afastamento das lides eleitorais, que o PS perdesse as eleições, e posteriormente, ser completamente engolido, por indícios de corrupção e falta de estratégia.

Absolutíssimo no executivo camarário, o partido dominante, para além do nepotismo já referido, passou a dar‑se ares de quase despotismo na forma como geriu os destinos da autarquia. Vícios enraizados ao longo de décadas, dos quais não se liberta.

No decurso do último mandato, e no actual, são demasiadas as evidências. Sem sequer se darem ao trabalho de se justificarem. Favorecimento, compadrio, procrastinação, ocultação de informação, aproveitamento indevido de informação privilegiada em benefício de interesses particulares, manipulação dos instrumentos dos planos, dos loteamentos, e ao nível patrimonial e ambiental. Tudo isto com a anuência da oposição, que na sua inoperante cumplicidade, se absteve e tudo deixou passar. Porque houve que tivesse interesse nisso, para ficar a ganhar. Houve, e há. Não por acaso, a CMO, vai para um ano, bloqueou todos os projectos para Fátima, com efeitos retroactivos, sob o pretexto da discussão e aprovação do PUF, que decorreu da forma nada transparente que (não) se viu.

E enquanto tudo se desenrolava, os métodos e estratégias para se desviarem as atenções, foram os de sempre. Colocando gente de submissa confiança à frente de institutos, associações, colectividades, e grupos de pressão, como temos vindo a referir. Para de seguida, em desespero de causa, de forma atabalhoada e um pouco espalhafatosa, promoverem a panóplia de inaugurações de monumentos, eventos e festivais, cumplicemente patrocinados pelos beneficiados, a par do périplo do senhor presidente pelos lugares, associações e colectividades, algumas a que pertenceu e onde desempenhou funções. Tenham uma boa quinzena.

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