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José Poças

21 de julho, 2023

A mais bela invenção do Papa João Paulo II

É só impressão minha ou os nossos órgãos noticiosos, leia-se jornais e televisão, estão apenas preocupados com o custo das obras e com a imensa logística que é necessária criar para as Jornadas da Juventude? Claro que se trata de um evento único em Portugal, que por certo está a dar muitas dores de cabeça aos nossos governantes. Mas o que verdadeiramente importa não é aprofundado, divulgado ou explicado aos portugueses.

Há quem chame às Jornadas Mundiais da Juventude a mais bela invenção de João Paulo II. Em 1984, o Papa quis organizar um encontro no Domingo de Ramos, em Roma, para celebrar o jubileu dos jovens, inserido no Ano Santo da Redenção de 1983-1984. Esperavam-se 60 mil peregrinos mas compareceram 250 mil, dos mais variados países. Esta experiência foi de tal modo marcante, que João Paulo II decidiu repeti-la no ano seguinte. Nesse segundo encontro, 300 mil jovens estiveram presentes na capital italiana em momentos de oração e catequese, reunindo-se em seguida na Praça de São Pedro, no Vaticano, para participar na celebração com o Papa. Ainda nesse mesmo ano de 1985, João Paulo II escreveu uma Carta Apostólica aos jovens do mundo inteiro e anunciou, a 20 de Dezembro, a instituição da Jornada Mundial da Juventude.

Desde essa altura as Jornadas Mundiais têm percorrido todo o Mundo. Passaram pelo continente americano 5 vezes: Buenos Aires (Argentina), em 1987; Denver (Estados Unidos), 1993; Toronto (Canadá), 2002; Rio de Janeiro (Brasil), 2013 e Cidade do Panamá (Panamá), em 2019; pelo continente asiático uma vez, em Manila (Filipinas), 1995; pela Oceânia uma vez, Sydney (Austrália), em 2008 e pela Europa 7 vezes. Duas em Espanha, Santiago de Compostela, em 1989 e Madrid, em 2011; duas na Polónia, Czestochowa, 1991 e Cracóvia, em 2016; uma em França, Paris, em 1997; novamente em Roma, em 2000 e na Alemanha, em Colónia, 2005.

Este ano realiza-se em Lisboa o evento que reúne milhares de católicos de todo o mundo. É, simultaneamente, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil. A 21 de Novembro de 2021, o Papa Francisco desafiou os jovens a criticar o que pensam que deve mudar. “Sede livres, autênticos, sede consciência crítica da sociedade. Não tenhais medo de criticar, precisamos das vossas críticas. (…)”, realçando “a importância de ter jovens capazes de sonhar, apontando para o futuro, com coragem”.

Estas Jornadas Mundiais da Juventude são consideradas de suma importância por diversos motivos:

1. Fortalecimento da fé: proporcionam um espaço de vivência da fé católica, com celebrações e momentos de oração.

2. Unidade entre os jovens: reúnem jovens de todo o mundo, possibilitando o conhecimento de outras culturas, a troca de experiências e a criação de laços de amizade. Essa união e diversidade cultural contribuem para uma maior compreensão entre as nações e promovem a paz.

3. Formação e evangelização: são realizados seminários, conferências e workshops que abordam temas ligados à fé, à juventude e à sociedade. Essas actividades têm como objectivo formar os jovens para que sejam agentes de transformação no mundo, incentivando-os a contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna.

4. Inspiração para o compromisso social: muitos jovens vão-se sentir inspirados a engajar-se em projectos sociais, seja através da Igreja ou de outras instituições de solidariedade.

5. Impacto económico: vão movimentar a economia em Portugal, gerando empregos temporários, aumento no turismo e movimento no comércio local.

6. Visibilidade internacional: recebem cobertura mediática mundial, dando uma grande visibilidade a Lisboa, mas também a Fátima, que receberá por certo milhares de jovens, quer no final de Julho, quer em Agosto.

Como salientou o Papa Francisco na sua mensagem aos jovens proferida a 15 de Agosto de 2022, sobre a realização das Jornadas Mundiais da Juventude:

“Nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, e dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em particular para vós, jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, no mês de Agosto do próximo ano, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade.”

 

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