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José Poças

6 de dezembro, 2019

As pontes da Junta de Freguesia

Para Frank Zappa (um dos meus ícones musicais) “o jornalismo de hoje consiste em colocar jornalistas que não sabem escrever entrevistando pessoas que não sabem falar para pessoas que não sabem ler”. É uma frase demasiado contundente sobre o mundo da informação hoje em dia. Felizmente, o III Festival Tábula Rasa teve o dom de afastar estas nuvens sombrias.

 

Com esta crónica não se pretende um elogio em casa própria, mas tão somente fazer um breve balanço desse evento que trouxe até nós nomes consagrados do jornalismo e da literatura. Sendo certo que todas as conferências e tertúlias serão passados a escrito (leia-se livro), cabe recordar, aos menos atentos, que estiveram em Fátima nomes grados da literatura e jornalismo nacionais como Rita Ferro, Luis Osório, Joaquim Franco e Nuno Pacheco, para não falar já do homenageado Fernando Dacosta.

 

Se um dos momentos altos do referido festival foi a presença do Governo Sombra, seria da mais profunda injustiça esquecer os nossos jornalistas, escritores e académicos regionais que abrilhantaram (e de que maneira) as sessões do Tábula Rasa. Para os mais novos, os alunos dos 6º Ano, realizou-se, nos colégios de Fátima, uma Oficina de Escrita Criativa.

 


Também tivemos entre nós jornalistas dos países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), bem como da Galiza, Macau e Malaca.

 

Neste III Festival Literário Tábula Rasa também merecem particular referência os extraordinários momentos musicais protagonizados pela Academia de Música Banda de Ourém, a Academia Arabesque (dança) e a Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima.

 

Todo este evento foi posto de pé por uma “simples” Junta de Freguesia, porque ainda há quem faça do sonho uma maneira de viver. Acreditar no fim, ser como São Tomé, não tem mérito. Há ainda quem se esforce por viver o possível, construi-lo com as suas mãos, ser capaz de vendo longe, construir perto. É isto que tem feito Humberto Silva. O meu mais profundo obrigado por esta tua dedicação, pelas pontes que vais construindo na vivência cultural da nossa freguesia.

 

O problema de hoje em dia não está apenas no mundo em que vivemos. Está também no modo como não o sabemos pensar. É também para isso que serve este festival literário. Para vermos e escutarmos outras visões deste mundo em que vivemos, partilhando novos sentimentos e emoções. Acho que era Mia Couto que dizia que visitar lugares é muito bom, mas que é bem melhor visitar pessoas, conversar com elas, trocar ideias e experiências de vida. Esta é, sem dúvida, a razão de ser deste Tábula Rasa.

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