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José Poças

15 de novembro, 2019

Fátima, a cultura e a III Tábula Rasa

A Tábula Rasa nasceu de um sonho. Sonho que o professor Tomé Vieira, que fazia parte da Junta de Freguesia, cuidadosamente e com desvelo ajudou a transformar em realidade. Não há em Portugal (pelo menos que eu conheça) uma outra Junta de Freguesia que se tenha abalançado a construir um festival literário desta envergadura.

Na verdade, Tábula Rasa é a tradução da expressão em latim «tabula rasa», que significa literalmente “tábua raspada”, e tem o sentido de “folha de papel em branco”. A palavra tábula, neste caso, refere‑se às tábuas cobertas com uma fina camada de cera, usadas na antiga Roma para escrever, fazendo‑se incisões sobre a cera com uma espécie de estilete.

Em 2015, a Junta de Freguesia, em colaboração com o Movimento Internacional Lusófono, a Revista Nova Águia e dezenas de instituições regionais, entre as quais os Colégios de Fátima (CEF, Coração de Maria e S. Miguel) e a Insignare, organizou o Primeiro Festival Literário Tábula Rasa.

Dado o êxito obtido, com a participação de largas centenas de pessoas e o eco que teve na imprensa nacional, este festival (que se realiza de 2 em 2 anos), tem‑se vindo a afirmar no panorama regional, nacional e até internacional, já que privilegia a relação com o mundo lusófono.

Este ano, na terceira edição, contará na sua cerimónia de abertura com a presença do Senhor Presidente da República pelo que terá ainda uma maior visibilidade nacional, acrescida ainda pela gravação, no dia 29 de Novembro, do Programa do Governo Sombra, da TVI (não chegue atrasado, já que as portas do Centro Pastoral Paulo VI, encerram às 21H 25 minutos).

Mas haverá outros momentos de interesse. Desde logo, no primeiro dia, a 28 de Novembro, a conferência de abertura com o jornalista Luís Osório e a escritora Rita Ferro.

E porque estamos em Fátima não poderia faltar, de seguida, uma tertúlia/debate sobre a nossa terra, na visão de jornalistas e escritores.

No dia seguinte, jornalistas de todos os países de expressão portuguesa (a que se juntam escritores da Galiza e Malaca) irão aos 3 colégios e à Insignare contar as suas experiências de vida nestes países ligados à lusofonia.

Nos 3 colégios funcionará também uma oficina de escrita criativa ligada aos mais jovens (alunos do 6º Ano), com as escritoras Helena Caetano e Carmen Zita.

Ao fim da tarde, Nuno Pacheco (ex ‑director do jornal Público) conduzirá um debate sobre o estado do jornalismo regional.

Na última manhã do festival, dia 30 de Novembro, proceder‑se ‑á à entrega dos prémios de literatura 2019 nas categorias de Ficção, Livro Infanto‑Juvenil, Filosofia e Poesia.

Será ainda distinguido com o grande prémio “Tábula Rasa – Vida e obra” o jornalista e escritor Fernando Dacosta.

Durante estes 3 dias para além de uma Feira do Livro, haverá também bancas dos 5 municípios convidados, com venda/divulgação de autores concelhios.

Com a apreciosa ajuda do Professor Renato Epifânio, a “mão de obra” que pôs de pé este festival é nossa, da nossa terra. Desde a Rita Ferraz, que desenhou o logótipo, ao secretariado (permitam‑me destacar a Karina), ao esforço e entusiasmo do Presidente da Junta, Humberto Silva.

Há ainda que referir o apoio da Câmara de Ourém, dos colégios de Fátima, da Insignare e de tantos outras instituições e pessoas individuais que, mais ou menos anonimamente, vão  ajudando a erguer este marco da cultura fatimense. Este ano o Festival cresceu, estendeu‑se a toda a região.

Está mais adulto e também mais aberto a todos os tipos de público. Há parcerias importantes que foram criadas com o Santuário, com as Câmaras de Alcanena, Batalha, Leiria, Porto de Mós, Torres Novas e com o Jornal de Leiria.

Temos de viver o possível, construi‑lo com as nossas mãos, ser capazes de vendo longe, construir perto.

Especialmente na área da cultura. É para isso que deve servir este III Festival Tábula Rasa. É uma aposta naquilo que eu chamaria uma vivência de con‑ tactos, uma mistura do saber e da sensibilidade cultural. Que se vai realizar na nossa terra. Que foi pensado para todos nós.

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