No próximo dia 12 de Julho de 2024 vamos comemorar o 27º aniversário da cidade de Fátima. Como tenho referido várias vezes, temos de ter a consciência de que somos ainda uma jovem cidade, com muitos problemas estruturais, para os quais se vão tentando encontrar soluções, que todos nós gostaríamos que fossem mais céleres.
Como dizia em tom provocatório o arquitecto Luís Fadigas, meu ilustre ex-professor e urbanista, Fátima não passa ainda de um conjunto de aldeias, com as quais nós nos identificamos – Moita Redonda, Lomba d´Égua ... Falta-lhe o sentido identitário de uma cidade, um centro cívico, um eixo central congregador de todos os fatimenses. Até porque como todos sabemos, a Cova da Iria começou a ser construída à volta do Santuário. E se é indesmentível que este espaço religioso é o centro polarizador da nossa cidade, tem-nos feito falta um ou vários espaços em Fátima que congreguem a nossa identidade civil. Acho que, a pouco e pouco, o vamos construindo. Uma das hipóteses pode passar pelo eixo do edifício do Mercado, a que se junta a nova biblioteca.
Neste dia 12 será feita a inauguração oficial do novo espaço do mercado, em que foram feitas obras estruturais de remodelação, adaptando o edifício a novas funções. E se tudo começa pelas infraestruturas saliento, em primeiro lugar, a intervenção (que era urgente) nas degradadas casas de banho públicas.
Para os menos atentos, que julgam que apenas foi feita uma operação de cosmética, saliento a inclusão de um palco e camarins que vão permitir a utilização deste espaço central, pelas escolas, associações ou até grupos de pessoas, em actividades culturais e de convívio. Já que o mercado é só ao sábado, Fátima passa a ter um novo espaço “multiusos” onde se podem realizar, com toda a dignidade, múltiplos eventos, inclusivamente de música ao vivo, exposições, feiras do livro ou outros eventos.
E para demonstrar isso mesmo, na inauguração oficial haverá, à noite, a apresentação no novo palco do álbum Sons da Fátima, do grupo Gente Nossa. Se bem estão recordados, aquando das comemorações dos 25 anos da cidade de Fátima foi apresentado o Hino da Cidade, composto pelo Jorge Gonçalves. Dado o carinho e a imediata adesão dos fatimenses a este símbolo identitário, surgiu a ideia de reunir os hinos das associações, colégios e lugares da nossa freguesia num único CD. É o fruto desse trabalho de pesquisa e compilação, coordenado pelo nosso ilustre fatimense, o já citado Jorge Gonçalves, que será agora apresentado. Com ele e com o Gente Nossa, subirão a este novo palco músicos amadores e profissionais de toda a freguesia. Momento alto, por certo, destas comemorações feitas de e para os fatimenses e que vai servir, estou certo disso, de mais um motivo de orgulho e união da nossa terra.
Quanto ao futuro deste espaço agora remodelado, temos de ser capazes de apostar na diversificação imaginativa de produtos e eventos ao dispor não só da população local, mas que potenciem e atraiam também novos públicos, no fundo todos aqueles que nos visitam.
Bem perto, temos também a nova Biblioteca de Fátima, que tem sabido imprimir uma interessante divulgação cultural e que, apesar de ainda não poder contar com a sala de exposição no rés do chão (está em candidatura a 2ª fase das obras neste edifício), tem mantido uma dinâmica muito interessante de envolvimento com as escolas do primeiro ciclo e com os lares da Terceira Idade.
E quanto ao futuro? Contando com a participação de todos os fatimenses, temos de ser capazes de continuar a debater os problemas comuns, partilhar sonhos e ambições, que se reflictam em projectos identitários e agregadores da nossa terra.
José Poças