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José Poças

19 de fevereiro, 2020

O nosso futuro constrói-se hoje

 Somos um povo que gosta mais de reagir em vez de agir e, como diz o filósofo José Gil, isto muitas vezes paga-se bem caro. Desculpem lá qualquer coisinha mas não é demais insistir numa urgente reflexão sobre a Fátima que queremos para daqui a 20/30 anos. Depois de quase uma década de promessas não cumpridas, parece que chegou ao fim o calvário do Plano Director Municipal. Está, ao que tudo indica, em vias de ser aprovado, o que vai permitir  perceber o fio condutor estratégico para o futuro da nossa terra. Mas, nestas coisas da política, o melhor é seguirmos o conselho de São Tomé, ver para crer…

Certo é que num já curto prazo é altura de vermos concretizadas as obras prometidas por este executivo camarário para Fátima. Se nestes dois anos e meio se podem arranjar desculpas (verdadeiras) relacionadas com imensas burocracias deste nosso Portugal (e aos entraves que foram sendo colocados), é tempo de quem nos governa localmente apresentar obra. Muito tem pois a fazer este executivo se quiser voltar a merecer a confiança dos fatimenses nas próximas eleições.

Permitam-me apenas dois exemplos. O aumento do tráfego rodoviário na cidade vai testando a nossa pobre paciência. Quem passa obrigatoriamente pela chamada Rotunda Norte por volta das 9 horas ou a partir das 17 horas facilmente se apercebe do congestionamento de automóveis e camionetas, situação que se agrava ainda mais quando os dois primeiros semáforos da estrada de Leiria resolvem ficar vermelhos. Chega a ser constrangedor tentar entrar na rotunda, quanto mais circular.

Quanto aos cartazes publicitários colocados em sítios estratégicos nas entradas de Fátima, começam a aproximar-se rapidamente de uma poluição visual, que em nada beneficiam uma cidade de turismo e peregrinação. Será que a localização do Burger King é o melhor cartão de visita para quem chega a Fátima?

Perdoem-me voltar a este tema, mas é tempo de criarmos sinergias, de nos juntarmos sem politiquices, para debater o futuro da nossa terra. No fundo, e sem medo da palavra, precisamos de criar um lobby que nos defenda e nos ajude a construir o futuro sustentado de Fátima. Sem ideias pré-concebidas, é tempo de juntar as forças vivas da nossa terra – civis, religiosas e militares (GNR) -  em torno de um projecto comum. Mais do que ideias avulsas, precisamos de estratégias com uma visão de futuro.

Até porque com o tempo vamos perdendo algumas das nossas referências locais. Fazendo uma menção óbvia ao Francisco Vieira (que falta que nos faz a tua visão empreendedora), permitam-me também destacar uma pessoa que neste momento atravessa um momento delicado de saúde. A visão altruísta de Albino Frazão colocando os interesses colectivos dos fatimenses à frente dos meros interesses partidários e o seu amor por Fátima foram e são apanágio de uma vida dedicada à sua terra. Nos últimos tempos, embora um pouco combalido, encontrei-o sempre na linha da frente, lutando contra o que considerava ser uma injustiça para com os hoteleiros de Fátima. 

Homem de rasgada visão, foi uma pessoa que sempre se moveu por ideais altruístas e por isso não posso deixar de me sentir orgulhoso de ter caminhado algumas vezes ao seu lado, ajudando-o a erguer algumas  das bandeiras que defendemos em prol da sua querida Fátima. Obrigado pelo seu testemunho de cidadania. Estou certo que se a sua saúde o permitisse, abraçaria convictamente este projecto, até porque ninguém mais do que ele entenderia que o futuro de Fátima tem de se construir a partir do presente. E com todos nós. Sem excepção.

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