Escrever na Terça Feira de Carnaval tem destas coisas. Por coincidência (ou não) começou a campanha eleitoral nesta época em que nos gostamos de mascarar (fingindo ser quem não somos), em pleno Carnaval.
De 14 de Fevereiro (Quarta-feira de Cinzas) a 28 de Março de 2024 (Quinta-Feira Santa) é tempo de penitência para os cristãos, em que a igreja recorda o período de 40 dias em que Jesus esteve no deserto e foi tentado pelo demónio.
E não sei se é por coincidência ou não que iremos ouvir os debates eleitorais e votar no dia 10 de Março em plena Quaresma. Tentado ou não pelo demónio, um partido que esteve os últimos 8 anos seguidinhos no poder, vai prometendo crescimento em vez de austeridade, despesa pública (aumento do salário mínimo, etc, etc) em vez de poupança, o paraíso em vez deste purgatório em que vamos vivendo… Ou seja, o seu líder, que foi deputado e ministro socialista durante estes 8 anos, já não se lembra (nem quer que o lembrem) de ter votado alegremente as leis e as resoluções políticas que permitiram que o país estivesse como está.
O que é estranho é que as pessoas têm tendência a esquecer rapidamente o passado, acreditando que o coveiro se pode transformar no médico que descobriu a cura para todas as doenças. José António Marina no seu livro Dictamen sobre Dios, conta uma história que se adapta claramente às pessoas que ainda acreditam no milagroso PS:
«Dois piedosos judeus discutem sobre os seus rabinos. Um diz:
- O meu rabino conversa com Deus todas as sextas-feiras.
- Como sabes? – perguntou o outro.
- Foi o próprio rabino que me disse.
- E como é que sabes que não está a mentir?
- Ora essa, como iria mentir um homem com quem Deus fala todas as sextas-feiras?»
Esta é a caricatura do Portugal de hoje. Lá vamos, cantando e rindo, a caminho do abismo, levados, levados sim (como no hino da Mocidade Portuguesa). Mas com classe, com imensa classe.
Estão na moda os debates políticos em apenas meia hora. O problema é que ninguém esclarece ninguém e o que era importante nestes encontros (?) entre os principais líderes políticos era que se percebessem os seus projectos. A culpa é também dos comentadores políticos que encaram estes debates como se fosse um jogo de futebol – o que interessa é se o fulano A se portou melhor que a líder B, se marcou mais “golos” ou se fez uma grande “defesa”. O futuro do país vive à volta do ego dos políticos
Leia a notícia completa na edição impressa do Noticias de Fátima no dia 16 de fevereiro de 2024.
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