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Fernanda Rosa

4 de fevereiro, 2022

Fátima concelho, uma inevitabilidade!

No ano em que se comemoram 25 anos de Fátima a cidade, faz sentido recuperar a discussão da velha ambição de Fátima a concelho que há cerca de 19 anos caiu por terra com o veto do Presidente Jorge Sampaio à lei-quadro da criação dos municípios.  Recordo que o Parlamento havia aprovado a criação de dois novos concelhos (por unanimidade, no caso de Fátima, e apenas com os votos da maioria PSD/CDS-PP no de Canas de Senhorim), antes da aprovação da nova lei-quadro que permitia a sua criação, que ocorreu dois dias depois da primeira. É caso para dizer que foi posto o carro à frente dos bois, pois o veto do presidente impediria a criação de novos municípios.

 

Ainda que possa não existir unanimidade nesta legítima pretensão da maioria dos fatimenses, considero a criação do concelho de Fátima uma inevitabilidade, mais cedo ou mais tarde.

 

Esta inevitabilidade é desde logo incitada pela velha e consumpta divisão entre oureenses e fatimenses muitas vezes alimentada por políticos de diversos quadrantes ao sabor de interesses e fraco sentido de unidade. De facto, ao longo dos tempos uns e outros não têm conseguido congregar legítimos interesses, esbater barreiras, divergências ou mal-entendidos. Por ignorância ou má vontade? Não sei, mas a verdade é que todos construímos demasiados muros, barreiras ou grades de individualismos em vez de pontes!

 

Independentemente dessa constatação, e deixando de lado os procedimentos legais para alguém mais entendido, os critérios de criação de novos Municípios resultam basicamente de uma “combinação entre densidade populacional e superfície de território, e, por outro lado, da obrigatoriedade de existência de um conjunto mínimo de serviços (assistência médica, farmácia, transportes, hotelaria, banca, estabelecimentos de ensino, correios, parques, entre outros) que garantam a existência daquele Município a criar em condições de previsível autonomia.”(IN Capítulo 12: Municípios em Portugal Joaquim Freitas da Rocha e Pedro Cruz e Silva)

 

Apesar das condições existentes, na governação local tem faltado estratégia que incremente uma maior autonomia administrativa, financeira e sócio política.  É urgente reclamar e aceitar mais competências para a administração de Fátima, consolidar o território, pondo fim, por exemplo, às desafetações a todo o momento, reforçar o património da junta de freguesia que robusteça a situação económico financeira local, desenvolver uma estratégia de captação de empresas para fixação na freguesia impondo-se a criação de zonas industriais, e manter, em parceira, ações de internacionalização que assegurem a continuidade das preferências dos turistas religiosos e outros. Fátima não se desenvolve com um modelo de gestão corrente, como a que temos assistido! É preciso mais ambição local, mais discussão sobre a governação e mais estratégia a médio e longo prazo! Apesar do muito mais que há a fazer, há que reconhecer que Fátima, pela grandiosidade da sua história e do seu povo tem uma importância inquestionável ao nível local, nacional e internacional que todos reconhecem. Referiu oportunamente D. António Marto: "Fátima impôs-se por si mesma à Igreja, impôs-se ao mundo e também se impõe a Portugal". E como alguém me dizia, quando o filho cresce e “ganha asas”, deve fazer o seu próprio caminho! Fátima cresceu, desenvolveu-se, consolidou-se no país e no mundo, deve pois continuar a construir o seu próprio caminho!

 

Muito Mais Fátima!

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