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João Moura

1 de julho, 2022

O Aeroporto do Centro existe, usem-no!

Em diferentes locais e em diferentes ocasiões, tenho vindo a reclamar a abertura do aeródromo militar de Tancos à aviação civil, faço-o com a plena convicção de que se trata de uma solução que resolve muitos dos problemas existentes na região, mas principalmente resolve problemas ao país. Não existindo em Portugal um documento estratégico aeronáutico, efectuado e planeado com rigor, demonstrando onde e porquê devem existir infra-estruturas de aviação civil, cada português minimamente interessado é levado a pronunciar-se sobre uma matéria estruturante para o país, uns fazem-no por bairrismo, outros por intuição ou conhecimento empírico, talvez por estas razões somos levados a ter em consideração um sem número de soluções, pese embora muitas nem o chegam a ser na realidade - soluções. Não serei certamente detentor da verdade absoluta, mas o caminho que tenho realizado na busca de informações e conhecimento sobre a matéria já me vai facultando “Know How” suficiente para escrever este artigo e com alguma sorte receber a concordância do leitor. São muitas as horas despendidas sobre aeroportos com inúmeras entidades e individualidades, permitam- me que cite alguns: dirigentes da ANAC, dirigentes do LNEC, controladores aéreos, dirigentes do turismo, responsáveis por infra-estruturas militares, pilotos comandantes de transportadoras aéreas, gabinetes de projectos, operadores de mercadorias, ministros, secretários de estado, dirigentes políticos, autarcas, entidades religiosas, responsáveis máximos de infra-estruturas militares, associações ambientalistas, etc, etc, etc.

 

Tentarei sistematizar para melhor entendimento e extracção de conclusões: 

Portugal tem um problema de carência em infra-estruturas aeroportuárias, recordo as palavras recentes do Sr. Ministro da Infra-estruturas: “No próximo ano 2023, corremos o sério risco de recusar turistas por manifesta falta de disponibilidade aeroportuária”. É sabido também que, o aeroporto de Lisboa, aeroporto General Humberto Delgado, está a “rebentar pelas costuras”, está saturadíssimo e não tem capacidade de crescimento e muito menos de optimização da disponibilidade;

Um relatório recente da OCDE, entregue nas CCDR do Centro e Lisboa e Vale do Tejo, refere que, entre outras coisas, para a coesão territorial é fundamental existir uma infra-estrutura aeroportuária para transporte de mercadorias na região Centro; 

Todas as cidades Santuário que conhecemos, similares à realidade de Fátima, têm um aeroporto de proximidade, é sabido que o turismo religioso é uma realidade que move milhões de turistas em todo o mundo;

Um aeroporto funcional carece, para além de boa localização geográfica, de boas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias;

Um aeroporto deverá ter o menor impacto ambiental possível e as melhores condições de segurança, para os passageiros, mas também para os aglomerados urbanos na proximidade;

Caso seja possível a utilização de infra-estruturas militares aeroportuárias existentes é imperativa a compatibilização de usos sem prejuízo para a funcionalidade de nenhuma das partes.

 

Em poucas palavras, Tancos pode oferecer:

O aeródromo Militar de Tancos tem excelentes acessibilidades, situa-se - sempre por auto- estradas (A1, A23 e A13): a 120 Km de Lisboa, a 100 Km de Castelo Branco, a 105 Km de Portalegre, a 95 Km de Coimbra, a 65 Km de Leiria, a 45 Km de Fátima, a 12 Km do Porto Seco com Alfândega de Contentores dos Riachos, a 7 Km do principal nó ferroviário do País no Entroncamento e a 3 km da linha ferroviária do Este. Os investimentos em infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias complementares são residuais, atendendo a que, a entrada prevista para passageiros (portão das Madeiras) dista escassos 300 metros do nó da A23;

O aeródromo Militar de Tancos possui actualmente uma pista principal com 2.440 metros de extensão por 45 metros de largura, com capacidade de expansão ilimitada. Para receber qualquer tipologia de aeronaves, seja de mercadorias ou de passageiros, estima-se um investimento inferior a 50 milhões de euros, com prontidão e capacidade de ser executado em menos de 1 ano. O projecto pode, por exemplo, ser uma réplica do terminal 2 do aeroporto de Lisboa;

No aeroporto em Tancos são perfeitamente compatíveis, tal como em Figo Maduro e na Base das Lages na Ilha Terceira, o uso Militar e o uso Civil;

O reduzido investimento numa infra-estrutura existente, pertencente ao estado português, seria uma mola impulsionadora para toda uma região que hoje apresenta os mais baixos índices do país, quer de crescimento económico, quer de crescimento demográfico e significaria um impulso significativo para o interior em todo o eixo da A23, que liga Torres Novas à Guarda e da A13, Pinhal Interior, que liga Tomar a Coimbra, sem esquecer todo o Norte Alentejano.

 

Gostaria que cada um de vós retirasse as suas conclusões:

Um aeroporto a uma distância de pouco mais de 100 Km de Lisboa, seja de carro por auto-estrada ou através de Comboio, pode ou não ser complementar ao aeroporto principal do país?

A escassos 45 Km de distância de Fátima, sempre em Auto Estrada, o aeroporto em Tancos seria ou não um potenciador turístico para toda a região centro?

Tancos, como solução aeroportuária disponível a pessoas e mercadorias, carecendo de um investimento tão reduzido seria ou não bom para os cofres do Estado?

Se Portugal necessita de um aeroporto para transporte de mercadorias na região centro, se já existe uma alfândega a pouco mais de uma dezena de Km de Tancos, servida por ferrovia, que dizem ser o transporte mais amigo do ambiente, porquê procurar mais?

Como certamente repararam, não fiz uma única alusão directa a qualquer outra solução de aeroporto das muitas que vão aparecendo por aí, simplesmente porque a discussão em torno de restrições e limitações, no caso de Tancos elas não existem.

Pessoalmente há muito que concluí, O aeroporto do Centro existe, usem-no!

 

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