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José Paulo do Carmo

4 de março, 2022

"Catedral" de sabores

As pessoas com quem me vou cruzando na vida por esse mundo fora acham sempre engraçado eu ser de Fátima. Meio pitoresco. Algumas não têm coragem de o dizer mas outras fazem questão de mostrar a sua estupefacção. Acham que em Fátima só vivem padres e freiras. Tento sempre explicar da melhor forma que encontro que na cidade onde nasci e cresci fazem-se mais coisas para além de rezar e embora peque por defeito, em algumas atracções turísticas e motivos de interesse para “prender” mais tempo quem nos visita, também há segredos que não comunicamos e que deviam servir para promover o destino de uma outra forma. Um deles é a culinária. Sempre se comeu bem e continua a comer. E de tudo. De facto Fátima (e as aldeias circundantes), é muito completa na diversidade da oferta. A começar logicamente pela Tia Alice, que é o expoente máximo do que falo e que tem fiéis seguidores um pouco por toda a parte. Embora seja tudo bom aquele bacalhau e o pão caseiro quentinho e mal cozido enchem-me as medidas. Mas há muito mais para descobrir.

 

A petisqueira “O Crispim” é daqueles sítios onde eu conseguiria jantar todos os dias sem me fartar porque tem parte dos pratos que mais adoro. Enchidos, carne na grelha acompanhada com castanhas assadas, batatas fritas caseiras e aquelas migas maravilhosas… Aliás tenho-o recomendado a alguns donos de grandes restaurantes portugueses e desde que por lá passaram começou a ser paragem obrigatória também para eles. O “Convite” da Estalagem Dom Gonçalo que tinha umas medalhas de vitela lardeadas fantásticas. A “Grelha” mesmo debaixo de minha casa e que por vezes está tão perto que nem nos lembramos dela mas onde se come super bem. O “Tim Tim” que é praticamente a cantina dos meus pais, difícil encontrar um espaço onde o preço qualidade seja tão bom e a vitela tão saborosa. Temos leitão que é motivo de peregrinação, na rotunda Norte e na Sul, o “Pereira” onde eu adorava ir mas que não visito faz anos, as pizzas do “Telheiro” que fizeram parte da minha infância, bem como os tortellinis do Vis-a-Vis ( que não sei se ainda existe ) ou a “Charbonada”.

 

O pão dos Helenos e da Carvalhana e um caseiro que costumava aparecer no “Escangalhado”. Não há pão em Lisboa como em Fátima, como para mim não há pastelaria como a da “Piccolina” e num formato mais sofisticado a Patisserie do Zezito. Come-se bem em restaurantes super simples como as febras do “Manuel das Matas” ou o peixe do “Fandanguita”. Há para todos os gostos. Até em produtos orgânicos que agora viraram moda é difícil encontrar melhor do que a “Casca Rija”, onde gosto de comprar amêndoas torradas e manteiga de amendoim.

 

São tantas as iguarias que não cabem numa crónica pequena como esta. Mais recentemente fui experimentar a “Casa Plátano” que entrou diretamente para a minha lista dos preferidos, numa lógica mais sofisticada e com outro tipo de apresentação. Não posso terminar sem falar em minha casa, na da minha avó e dos meus tios. Imagino que seja assim em muitas. Em Fátima come-se muito bem e de tudo um pouco e isso devia ser inserido nas nossas ações de promoção. 

 

P.S. Aceito recomendações para as próximas visitas! Comer não faz bem só ao estômago, também alimenta a alma e os sentidos e numa altura de Covid e guerra bem que precisamos de alguns estímulos positivos.

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