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José Poças

23 de janeiro, 2020

O "Enteusiasmo" neste novo ano que começa

 O dia 1 de Janeiro marca o início do ano para os povos que adoptaram o actual calendário da Era de Cristo, entre eles Portugal. Até 1422, guiámo-nos pela Era de César, também designada por calendário Hispânico, que marcava como início de ano o actual dia 14 de Janeiro. 

O Dia de Reis, integrado na quadra Natalícia, traduz um dos mais relevantes episódios tradicionais associados ao nascimento de Jesus Cristo. A data para essa celebração, fixada no ano de 1164 a 6 de Janeiro, pretendia assinalar a viagem dos três Reis Magos vindos, segundo o Evangelho, dos longínquos países do Oriente até Belém, guiados por uma estrela, para render homenagem e oferecer os seus presentes a Cristo recém-nascido.

Gaspar (de olhos amendoados e barba fina), Baltazar (negro e imponente) e Belchior (o mais velho dos três, de longa barba branca), simbolizam a riqueza, o poder, a ciência e a homenagem de todos os povos da Terra a Cristo Redentor. Paramentados com as suas preciosas vestes, tiaras sobre as cabeças e tesouros nas mãos, assim se terão apresentado perante o Menino a quem ofereceram os seus presentes: três libras de oiro (para o Rei); três libras de incenso (para o Deus) e ainda três libras de mirra (para os restos mortais do Homem).

Ligados à passagem do ano, há muitas tradições que se vão mantendo ao soar das 12 badaladas: comer 12 passas e pedir os correspondentes 12 desejos, ter uma nota no bolso (há quem defenda que é melhor no sapato) e brindar com espumante ou champanhe são pequenos gestos que podem (ou não) atrair boa sorte para o ano novo. Outra tradição, mais comum no sul do país, consiste em bater tampas de panelas à janela, supostamente, para afugentar tudo o que de mau houve no ano anterior. Não pode nunca faltar também o barulhento fogo de artifício, que junta os elementos do fogo e da luz dos antigos rituais pagãos de passagem, símbolos de purificação e de afastamento do mal. 

Tradições à parte, o cartoonista argentino Quino, criador da célebre personagem Mafalda, sintetizou de forma muito clara o que deveria ser, no fundo, a nossa atitude perante o novo ano de 2020.

Apesar dos ventos que sopram actualmente não serem os mais favoráveis (curiosamente na mesma zona geográfica – Médio Oriente - onde nasceu Jesus Cristo e foi o lar dos 3 Reis Magos), há que ter esperança. 

Jorge Cotovio «inventou» uma palavra maravilhosa que deveria fazer parte do dia a dia de todos nós cristãos - Enteusiasmo – ter Deus dentro de si, com entusiasmo, com fé, com esperança num futuro melhor para a humanidade.

Os desafios deste mundo “descontrolado e louco” são maiores do que a esperança? Talvez sim, mas nunca o saberemos se não tentarmos. Temos de acreditar que poderemos continuar a construir um mundo melhor para os nossos filhos, que ainda estamos a tempo de seguir o conselho de um velho ditado brasileiro,  “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. 

 

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