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Miguel Ferreira

31 de março, 2021

Dicas: como se tornar mais apreciado (2ª Parte)

“Desculpa” e “Obrigado/a” são provavelmente as palavras mais importantes de qualquer língua. 

Depois de vos ter entregue algumas dicas no artigo anterior, segue a 2ª parte, com mais algumas expressões que poderão ajudarmos a melhorar a qualidade da nossa vida nas relações interpessoais, assim como também reforçam a auto-estima do outro.

7. “Conta-me mais”

Quer seja para conhecer mais ou melhor sobre a pessoa, outras pessoas, ou sobre qualquer assunto, esta afirmação, pergunta irá despertar a sua consideração pelo outro (aceder à sua vida, ao pensamento, aos sentimentos do outro), ouvindo-o sobre o que lhe solicitar, estabelecendo assim ligações mais ligações sólidas e duradouras. “Conta-me mais”, ou “diz-me mais coisas sobre ti";, ou sobre o que pensas de…”, poderá ser também um cumprimento, um elogio, uma forma de comunicar que o outro diz coisas inteligentes, pertinentes, singulares.

Isto é fundamental com as crianças, para além de contribuir na sua integração familiar, escolar e social, incentiva-as a pensar, "libertando" os seus vastos recursos da sua percepção interior que ainda estão a aprender a gerir.

8. “Bem-vindo”

Todos nós somos de alguma forma condicionados a defendermo-nos do que é diferente ou do espaço que não é nosso, e dai a permanecer na nossa famosa "zona de conforto". Sendo até esta defesa natural, podemos através da expressão "bem-vindo", ajudar o outro a sentir acolhido e a libertar-se do excesso de defesa (ou retracção).

Ultrapassar as expressões do vulgar "olá, tudo bem?”, e começar a ter atitude de acolhimento e receptividade com o “bem-vindo”, seja na nossa mesa de café, na nossa casa, na nossa empresa ou na nossa vida é uma forma de dignificar a pessoa que recebemos e de lhe mostrar que estamos felizes com a sua chegada.

9. “Posso ajudar?”

É lamentável que muitas vezes se ensine as crianças a rirem quando vêem alguém cair (pelo próprio exemplo do adulto), é até fazer da humilhação alheia forma tradicional de diversão. Perante esta cruel tendência, a expressão “posso ajudar?” poderá até parecer patética. Parece-me que seria muito dignificante e até revolucionário incutir isto nas crianças logo desde tenra idade. Seguramente que todos nós já passamos por situações em que alguém nos ajudou sem querer nada em troca e por uma sensação de gratificação. Pessoa há até que nem sabem receber essa ajuda gratuita!

“Posso ajudar?” para além de ser uma assunção de que também nós, por muitas vezes, inseguros e desastrados, também poderá ser uma demonstração de empatia com o outro.

10. “Desculpa!”

Esta expressão, embora muitas vezes usada, está muito banalizada e há também pessoas que sempre começam a interagir com a palavra “desculpa” como se tivessem medo de existir, o que é facto, é que raramente se usa como demonstração de um genuíno arrependimento. O que nos impede de muitas vezes, usar a palavra "desculpa"; após uma má atitude da nossa parte é o facto de nos colocarmos nas mãos de alguém, sabendo que seremos julgados, mas que acreditamos poder ser absolvidos. A palavra “desculpa” dita em forma de arrependimento, corresponde como consequência a intenção de mudança de atitude, levando assim a evolução, sendo ainda uma forma acreditar que o outro confia em nós, na nossa capacidade de sermos melhores.

11. “Não”

O “Não” é sobretudo o afirmar que "merecemos respeito"; e que somos dignos, mesmo que o outro fique frustrado. Muitas pessoas há com esta dificuldade, levando em demasia a vontade dos outros, não se respeitando a si própria e as suas vontades. Isto também sucede pela forma como crescemos, querendo ser gostado e amados pelos que nos rodeavam e para isso muitas vezes escravizamos a nossa vontade em prol da dos outros. 

Então para que também possamos ajudar os outros que nos rodeiam, há que desenvolver a empatia, a gentileza, a humanidade de dizer todas estas frases anteriores e dessa forma também estar apto a dizer “não” àqueles que não as têm com os outros.

12. “Obrigado/a”

Aproveito para esclarecer, que o correcto é as mulheres dizerem obrigada (feminino) e os homens dizerem obrigado (masculino).

A “Obrigado/a” é uma das mais importantes de qualquer língua, sendo também uma "moeda"; de uma troca na qual ambos os lados deram algo. Podemos até resumir todas as expressões que falámos anteriormente à palavra “Obrigado”.

Na sua composição, encontramos sempre sentimentos positivos, empatia, assunção da nossa fragilidade, das nossas falhas e, para além disto, a aceitação e generosidade do outro que nos
recebe. É recomendável usá-la abundantemente, em toda e qualquer situação de interacção (no café, na passagem do corredor, alguém que nos dá passagem), em especial, quando o outro também precisa de aprender a usá-la. Agradecer a gentileza reforça no outro também a vontade de ser gentil.

 

Bem hajam e boas práticas.

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