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Miguel Ferreira

18 de fevereiro, 2022

Neurociência e Empresas

Devido ao enorme avanço das tecnologias as organizações estão a sofrer um forte processo de transformação nas relações sociais e económicas, e dentro das empresas, a neurociência tem vindo a crescer como ferramenta importante no desenvolvimento, nomeadamente aplicada a projectos que desenvolvem os afectos e gerem crescimento mútuo entre os colaboradores.

 

Um estudo ressente da Universidade da Califórnia (UCLA), conclui que para a mente humana a dor social e a dor física são entendidas da mesma forma, ou seja, a exclusão, a discriminação ou humilhação, possuem o mesmo significado duma segregação social no ambiente de trabalho.

 

Um outro estudo publicado pelo Departamento de Neuroimagem Molecular do Instituto Nacional de Ciência e Radiologia de Tóquio, detectou regiões cerebrais que libertam cortisol e outras hormonas ligadas ao stresse, sempre que qualquer pessoa é comparada a outra de modo negativo, activando imediatamente os seus “mecanismos de defesa”, perante a ameaça psicológica. Segundo o que refere o pesquisador-chefe Dr. Hidehiko Takahashi, a pesquisa realizada com voluntários que foram induzidos a imaginar uma acção hipotética de “comparação negativa com outras pessoas”, a parte do córtex dorsal anterior do cérebro era activada, sendo esta região do cérebro responsável pela dor física e é associada à dor mental.

 

Também num hospital de Nova Iorque foi realizado uma experiência de reforço positivo com o objectivo de aumentar a frequência na qual os colaboradores higienizavam as suas mãos após o contacto com os pacientes para a disseminação de doenças.

 

No sentido de reverter a circunstância, foram colocadas painéis electrónicos em que sempre que os colaboradores higienizavam as mãos, lhes era dados um feedback positivo, com um elogio: “excelente trabalho”.

 

Após um mês da implementação desta estratégia de feedback positivo, a aderência foi de 90%, evidenciando a eficiência absoluta da campanha, confirmando também o que defende a neurociência, uma activação imediata do sistema de recompensa do cérebro dos participantes, ou seja, as estratégias de estímulos positivos neurológicos, ampliam habilidades, promovendo um ambiente de confiança e aumento de engajamento dos profissionais com os projectos propostos.

 

Podemos então concluir, no campo empresarial, que também um colaborador mais engajado na equipa tem relação directa com o crescimento de uma empresa.

 

Torna-se então fundamental, reforçar o papel do líder, procurando evitar costumes organizacionais que activem retornos “de ameaça”, por exemplo, feedback agressivos e avaliações superficiais, uma vez que estes podem afectar toda a dinâmica e transformar a estabilidade emocionais e até física dos colaboradores e consequentemente os resultados da organização. Trabalhar para que os colaboradores se sintam do ambiente é crucial para sua ascensão e produtividade.

 

O que verificamos na actualidade, devido ao enorme avanço das tecnologias, é que as organizações estão a sofrer um forte processo de transformação nas relações sociais e económicas e dentro das empresas, a neurociência tem vindo a crescer como importante ferramenta no desenvolvimento, no sentido de facilitar e impactar um maior número de pessoas em tempo reduzido, difundindo e partilhando conhecimentos. Naturalmente que a principal estratégia, está no planeamento da relação entre a liderança e o colaborador, criando unicidade dentro do ambiente corporativo.

 

Exactamente, neste sentido e visando essa transformação, as multinacionais e as grandes empresas, tais como a Google, preocupadas com a produtividade, oferecem projectos de neurociência, e sectores interactivos dentro das suas unidades. Áreas de repouso, mesas de jogos, campanhas de feedbacks positivos e salas de estar para interacção dos seus colaboradores.

 

Outras estratégias são adoptadas no manifesto impresso nas paredes, em que se procurar frisar a missão e também a premissa que permite avançar para a missão, com frases inspiradoras e orientadoras.

 

Neste sentido, a cultura organizacional está intimamente conectada a visão da empresa, sendo o próprio local de trabalho pensado para que se possa tornar num ambiente mais agradável, activando nas pessoas emoções agradáveis, através de estímulos condicionantes.

 

Pesquisas sobre os chamados “cérebros vivos” vem acumulando novas informações a respeito do desempenho do comportamento e dos pensamentos do cérebro humano.

 

Em conclusão, torna-se fundamental a aplicação da “neurociência” na empresa através de criação de momentos instrutivos, formativos e treinos práticos, dado especial atenção aos líderes, que têm responsabilidade directa no desenvolvimento individual do colaborador, entendendo as suas principais dificuldades e assim desenvolver afectos e gerar o crescimento mútuo.

 

Afinal passaremos um terço do nosso dia no trabalho.

 

Bem hajam.

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