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De Itália, o testemunho do padre Clemente Dotti: "Um vírus invisível pôs o mundo KO" #fiqueemcasa

Sociedade - 9 de abril, 2020
Rosto bem conhecido na Cova da Iria, por ter servido durante muitos anos como capelão do Santuário de Fátima, o padre Clemente Dotti, italiano, vive actualmente o tempo de reforma no seu país natal. Esta manhã, por Internet, procurámos saber como se encontra e como está a situação em Itália. “Com o Covid-19 estamos a viver uma situação anómala para todos. Este vírus anda por todo o mundo, invisível, mas é capaz de pôr o mundo inteiro KO”, observa.

O padre Clemente Dotti vive com a sua irmã, na vila de Cologne (7.000 habitantes), situada entre Brescia e Bergamo, “duas cidades muito afectadas pela pandemia”. Está em casa desde Fevereiro, “só saio para concelebrar missa na paróquia”.

 

“Na minha terra ainda há muitos positivos, vivem em casa por não terem graves complicações. Morreram mais de trinta pessoas no mês de Março, quando no ano passado, ao longo de todo o ano, o pároco me disse que tinha feito 15 funerais”, conta.

 

Daquilo que observa, “parece que a situação está a melhorar, mas tudo depende da atitude do povo. Na Páscoa e no dia seguinte, para nós, aqui, é habito fazermos passeios e piqueniques… Depois temos ainda o dia 25 de Abril e o dia 1 de Maio, que são festivos. Depois de tanto tempo fechados, a vontade de sair é grande...”.

 

Sacerdote desde 1967, o padre Dotti serviu a Comunidade dos Silenciosos Operários da Cruz, em várias actividades. Chegou a Fátima em 1990 e começou de imediato a colaborar com o Santuário, nas confissões, primeiro em língua italiana e a seguir em português. Entrou para clero diocesano de Leiria-Fátima em 1997, como capelão do Santuário, como coordenador dos sectores Missas e Confissões. Em 2010, por três anos, serviu como capelão no Hospital S. André, em Leiria. Mais tarde, “sempre a pedido do Bispo”, foi pároco de Reguengo do Fetal “por cinco anos certinhos”, recorda.

 

13 de Maio à porta fechada

 

Enquanto padre encardinado na Diocese de Leiria-Fátima, o padre Clemente Dotti continua a receber as notícias da diocese: “Soube que o bispo D. António Marto anunciou a peregrinação de 13 de Maio à porta fechada. Custa, com certeza, a todos, mas este vírus foi capaz de transtornar muita gente. Para o bem-comum, teremos que aceitar”.

 

“Muitas vezes pensei e até cheguei a falar com pessoas, que esta situação foi um presente de Deus. De facto, pode ser uma maneira de reflectirmos sobre a Quaresma e a Páscoa. Quantas vezes celebrámos este Tempo com superficialidade ou até mesmo com indiferença? Deus providenciou, à sua maneira, a possibilidade de pensarmos a sério na realidade que celebramos. A criatura humana sente-se muito forte pelas suas conquistas, pela sua ciência, pelo seu poder, mas basta um invisível vírus para a pôr de joelhos. A palavra de Cristo é sempre verdade: sem Mim nada podeis fazer”.

 

No entender do sacerdote italiano, este tempo a provação pode aproximar a humanidade de Deus: “Pelo interesse que muitas pessoas manifestam em acompanhar as celebrações pelo rádio local ou pelo facebook da paróquia, espero que esta prova sirva para se aproximarem de Deus”.

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