“As calculadoras começam a ser integradas em termos de estruturas educativas por volta de 1970”, lembrou, referindo que “há fotografias de colegas nossos a fazer manifestações contra a introdução das calculadoras no ensino. Porquê? Deixávamos de raciocinar, as crianças perdiam a capacidade lógica-abstracta e por aí fora…”.
De acordo com o especialista, “a introdução das calculadoras foi muito circunscrita à matemática”. Por outro lado, “houve tempo para alterar currículos, houve tempo para fazer formação. Hoje em dia, quando olhamos para as tecnologias, não há nenhuma área do conhecimento ou do saber que não esteja a ser desafiada e não sabemos onde é que isto nos vai levar”.
Perante estes tempos de indefinição, “nós temos que ter uma perspectiva de abertura para perceber o que está a acontecer e para conseguir perceber como é que nós lidamos com isto em termos educativos”, defendeu. E partilhou: “O meu grande receio é a falta de tempo, porque os próprios sistemas, os próprios modelos, as próprias dinâmicas, são lentos e o risco que nós corremos é ficarmos completamente alheados daquilo que são as necessidades fora das instituições de ensino e daquilo que os nossos alunos precisam em termos de competências e capacidades”.
A Inteligência Artificial “vai-nos obrigar a pensar novos métodos de avaliação, de ensino, de aprendizagem. E depois outra questão muito importante é a questão de aceitar, de olhar para aquilo que são as nossas práticas, e como é que nós podemos fazer a incorporação em termos destes desafios”, disse, reconhecendo que “já devíamos ter começado há vários anos a trabalhar nisto”.
“Temos imensa formação, imensos planos digitais de formação e praticamente nenhum toca na temática da tecnologia”, lamentou. No seu entender, “devíamos ir um bocadinho mais longe”.
Leia a notícia completa na edição impressa do Noticias de Fátima no dia 28 de março de 2024.
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