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"Não consegues dar aquilo que não tens”

Sociedade - 16 de junho, 2023
A vida de Teresa Paula Trezentos nem sempre tem sido fácil, mas ela continua a encará-la com optimismo e com um sorriso no rosto e, apesar de ter os dias bastantes preenchidos, ainda arranjar tempo para o voluntariado. É coordenadora do Centro de Apoio a Idosos (CAI) de Moita Redonda, um projecto sui generis que visa combater a solidão e proporcionar o encontro e a alegria aos mais idosos. E também faz parte do Grupo de Cavaquinhos da Moita Redonda.

Notícias de Fátima (NF) - Qual é a sua ideia de felicidade plena?

Teresa Paula Trezentos (TPT) – Gostar de si próprio. Só assim é que consegues transmitir felicidade aos outros. Não consegues dar aquilo que não tens, por isso, mesmo nos momentos mais difíceis da vida, deves sempre pensar, ou pelo menos tentar: não há ninguém que goste mais de mim do que eu. Se gostares de ti e se te sentires bem na tua pele, consegues transmitir isso aos outros.

NF - Qual é o seu maior medo?

TPT – Eu tive uma avó que faleceu de cancro. Na altura, eu tinha 18 anos. Infelizmente já tive bastantes problemas, quem conhece a minha vida sabe que tenho uma vida muito difícil, mas não deixo de lutar. Agora, ter algo como a doença da minha avó em que tu queres lutar e a vida não te dá hipótese, diz-te: não precisas, não vale a pena, é o meu medo.

NF - Qual é a característica que mais detesta em si mesmo?

TPT – Eu não sei perdoar. Eu penso que devia ter sido elefante em tempos e, portanto, não esqueço. Às vezes deixo arrastar as situações, para evitar chegar ao limite, mas quando não consigo evitar, para mim, acabou. Às vezes penso: Que mau. Porquê? Tens de esquecer... Mas não consigo perdoar. Às vezes tenho pena...

NF - Qual é a característica que mais detesta nos outros?

LN – A falsidade.

NF - Que pessoa viva mais admira?

LN – Acho que não há só uma pessoa. Por exemplo, há um contexto familiar com algumas pessoas que se completam. É isso que nós devemos admirar, porque uma pessoa é muito subjetivo. Há pessoas que dizem: “Ah, o Papa”. Sem dúvida! Mas, é como uma equipa, é sempre preciso uma certa de estrutura... Poderia dizer a minha mãe, mas depois teria de dizer também o meu pai, porque eles completam-se....  

NF - Qual é a sua maior extravagância?

TPT – Não sou uma pessoa de extravagâncias. Por vezes a felicidade está nas coisas simples...

NF - Qual é o seu estado de espírito mental?

TPT – Eu sou uma pessoa bem-disposta, pelo menos tento ser, tenho tido coisas muito, muito, más na minha vida, mas tento não ir abaixo. Às vezes, perguntam-me: “Como é que consegues?”.  Quando vejo aquelas crianças no hospital com cancro – lá está, outra vez o cancro -, pergunto: como é que tu podes achar que não és feliz? Estás num país que não tem guerra, não tens nenhuma doença grave, tens a tua família, os teus filhos, os teus netos... O que é que queres mais? 

NF - Em que ocasiões mente?

TPT – Quando se trata de mentiras não prejudiciais que ajudam a preparar para a verdade, que às vezes pode ser muito dura.

 

Leia a entrevista na edição do 16 de Junho de 2023.

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