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José Poças

5 de maio, 2023

Três breves reflexões neste início de Maio

1. A nível nacional, a situação política continua, no mínimo, caricata. Ainda não há muito tempo, quem escolhia e nomeava as pessoas para cargos políticos é que era o responsável. Hoje em dia fazem-se inquéritos para afastar a suspeita de quem nomeia e para castigar quem é o nomeado. Sirva de exemplo o triste caso do ministro Galamba e do seu ex-adjunto Frederico Pinheiro. Esta história, muito parecida com o enredo de uma fraca telenovela, tem quase tudo, desde traições, mentiras, até agressões, acusações de sequestro e intervenção dos servições secretos.  E de quem é a culpa? Parece que voltámos ao tempo do antigo Egipto, época em que os escravos eram cobertos de mel para afastar as moscas do seu senhor.

2. Se o Governo anda pelas ruas da amargura, a Assembleia da República não quer ficar atrás. Desde o grupo de hooligans do Chega, à “brilhante” conversa informal da segunda figura de Portugal, o presidente da dita Assembleia Augusto Santos Silva, que se atreve a tecer comentários despropositados sobre a Iniciativa Liberal.  E que dizer do Presidente brasileiro Lula da Silva que faz um discurso na Rússia, diz o seu contrário em Portugal e fica a meio termo em Espanha? Qual dos três discursos é a sua verdadeira tomada de posição sobre a guerra na Ucrânia? Estes supostos conciliadores, como dizia o primeiro ministro inglês Churchill “acreditam que se continuarmos a atirar bifes ao tigre (leia-se Putin), este torna-se vegetariano.

3. Aproxima-se a primeira grande peregrinação deste ano a Fátima, a 12 e 13 de Maio. Todos sabemos que a peregrinação é uma inquietude humana de todos os tempos, lugares e crenças. Desde a antiguidade, mais tarde ou mais cedo, o homem sempre sentiu a necessidade de protecção contra o mundo exterior e anseia também afastar a angústia dos seus problemas internos.

No mosteiro de Silos, em Castela, há um baixo relevo que constitui uma representação de Jesus Cristo peregrino com os discípulos, que se unem a ele até ao castelo de Emaús. O artista medieval fundiu uma interpretação da passagem do evangelho de São Lucas, com uma ideia muito difundida entre os peregrinos do Caminho de Santiago, de que Jesus se apresentava às vezes entre eles como um peregrino mais, para socorrer os homens.

Também o agora arcebispo Tolentino de Mendonça afirmou, numa das suas reflexões, que “peregrinar é rezar com os pés”. Até porque o Concilio Vaticano II escolheu para a sua teologia a imagem de uma comunidade de peregrinos, Communio Viatorum, do povo de Deus que caminha ao longo da história, sustentado pela sua fé.

Muitas vezes na vida perdemos os mapas da alma e Fátima é sentida como um lugar de interiorização / função terapêutica. “O Santuário funciona como uma clínica espiritual”, com dizia Paulo VI. E é por isso que tantas pessoas procuram a paz interior no Santuário da nossa cidade, muitas delas caminhando durante mais de uma semana pelas estradas de Portugal.

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