Apesar da “fragilidade” da saúde, o padre Carlos Cabecinhas confessou que “esta foi uma notícia que nos surpreendeu, uma vez que ainda ontem tinha estado na Praça de São Pedro a saudar os peregrinos”.
Segundo o reitor, o Papa Francisco deixa como “herança” à Igreja “caminhos de renovação”. Nas suas palavras, “não teve medo de rasgar novos horizontes”.
Sublinhou ainda a ligação do Papa a Fátima, que, de acordo com o reitor, já existia ainda antes de ter sido eleito chefe da Igreja Católica a 13 de março de 2013. “No momento da sua eleição pediu ao então cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que consagrasse o seu pontificado aqui em Fátima, o que aconteceu em 13 de maio de 2013”, recordou, mas acrescentou que nestes 12 anos de pontificado “foram muitos os momentos em que se referiu a Fátima e que teve ligação com Fátima”.
Desses momentos, destacou “duas palavras fundamentais”. Uma proferida em 2017 aqui em Fátima, quando o Papa reforçou com “voz forte: ‘Temos mãe!’, chamando a atenção dos peregrinos para esta dimensão materna presente na devoção a Nossa Senhora”. Por outro lado, quando esteve aqui no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, defendeu que a Igreja deve ser como a capelinha, sem portas nem paredes e aberta a todos.
Realçou ainda outro momento da peregrinação de 2017: quando o Papa saiu do papamóvel e percorreu parte do recinto de oração a pé “junto do Povo de Deus”. “O Papa Francisco gostava de estar próximo das pessoas, procurava esse contacto”, disse. E acredita que “esse é também um dos legados que nos deixa, nomeadamente com este pedido de que a Igreja seja cada vez mais próxima do povo de Deus, que a Igreja seja cada vez mais próxima de todos aqueles que nos procuram e procuram também o santuário”.
Recordou ainda as “duas recomendações” que o Papa Francisco lhe deixou em 2017: “Que santuário fosse sempre lugar de acolhimento de todos os que aqui vêm e, por outro lado, que todos os sacerdotes que aqui trabalham fossem sempre imagem da misericórdia de Deus. E, sem dúvida, este é um legado que este santuário vai abraçar”.
Sublinhou também a “profunda preocupação” do Papa Francisco pela paz e pela casa comum.